sexta-feira, 26 de junho de 2009

Girls Groups Part. 2: Martha Reeves and The Vandellas

Elas vinheram de um grupo chamado The Del-Phis formado em 1960, mas que não obteve nenhum êxito no quesito 'sucesso nas paradas'. Na verdade, The Del-Phis foi um fracasso. Mas essas moças tinham algo extremamente favorável por perto: a glamourosa Martha Reeves era secretária da Motown, a grande gravadora de Detroit que rendeu horrores à indústria musical americana nos saudosos anos 60. Neste sentido, qualquer "furo" seria uma oportunidade pra Martha... Bom, e assim o foi. Tudo começou em 1962, quando um belo dia, Mary Wells, a famosa cantora americana de soul, R&B e pop (tbm da Motown) resolve não comparecer a sessão de gravação no estúdio, e... adivinhem só quem a substitui?? Acertaram se disseram 'Martha'. É então o início de uma carreira de sucesso para um grupo chamado Martha Reeves & The Vandellas. Martha junta-se então à Rosalind Ashford e Annette Beard, duas de suas três companheiras do Del-Phis. O primeiro compacto sai então em 1963 intitulado "Come and Get These Memories",e já chegaram abalando as estruturas. Ficaram logo no vigésimo-nono lugar do TOP 40 da BillBoard. Com o segundo single "(Love is Like a) Heat Wave", elas ficaram no quarto lugar no HOT 100 da Billboard, e em primeiro lugar nos sucessos de R&B durante cinco semanas. E vocês acham que parou por aí?? Não, não. Elas ganharam o Grammy Award de melhor performance vocal de R&B. E assim, as Vandellas foram levando a vida até o ano 1967, tempo em que permaneceram na Motown. Entre os melhores lugares das paradas de sucesso desse período, elas se tornaram de longe um dos girls groups mais populares da época.



O nome Martha & The Vandellas surgiu de uma forma bem interessante. Vejam só, a parte do 'Van' vem da rua onde Martha morou em Detroit (Sim, nossa Martha nasceu no Alabama, e só foi morar em Detroit na sua adolescência para estudar no Detroit's Northeastern High School). A rua era então Van Dyke Street. E a parte do 'Dellas', veio de uma espécie de homenagem à cantora preferida de Martha, Della Reese.

O grupo durou um certo tempo. Acreditem, elas conseguiram segurar a onda até 1972 como Martha Reeves & The Vandellas. Sairam da Motown em 67, e a coisa realmente começou a decair. Claro que tentaram carreira sólo, principalmente Martha, mas nunca, 'jamé', conseguiram o mesmo sucesso dos tempos áureos. Nos anos 90, elas ainda tentaram um retorno, mas nada como nos gloriosos anos 60, onde elas realmente tiveram o respeito e o sucesso merecidos. Infelismente, é o preço que se paga no show business. Fazer o quê?? Elas só 'serviram' realmente enquanto rederam alguns milhões de dólares, a gente sabe disso... Mas mesmo assim, ainda em 2004, elas ficaram no 96º da lista dos maiores artistas de todos os tempos da revista Rolling Stones. Bom, mas fica aqui prestado todo a paixão que eu tenho por essas moças. Um dos meus girls groups preferidos, como eu já disse, que assim como os outros, deixaram sucessos que soam totalmente atuais e (why not?) imortais... Martha Reeves & The Vandellas é babado. Não deixem de conferir.





AAAAhhhhh, e só pra constar: Bye, bye, Michael!!!! (Bizarrices à parte, acho q sempre reconheci o seu valor... enquanto músico, claro...)


Beijomiliguem!!!


Rock On, Baby!!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Girls Groups Part. 1: The Ronettes

Muito bem, caros drugies... embalada ainda pela série de posts que eu fiz sobre o Riot Grrrl, tive a idéia de começar outra série de posts, só que dessa vez algo menos, digamos, político, mas não menos importante musicalmente falando: os Girls Groups. Descobri eles a um certo tempo, quando começei a me interessar muito por garage music e coisas dos anos 60 pra ser mais exata... Essas coisas acabaram me levando a elas. Ao escutar alguns, percebi que muitas músicas eu já conhecia desde criança, só não tinha noção do contexto e conteúdo musicais daquilo. Me aprofundei um pouco nelas quando me prontifiquei de escrever sobre elas pra um projeto que tenho com o Raphael Lixo Jovem que ainda não saiu (mas vai sair... hehe), e desde então pirei nessas minas. Hoje, posso dizer que sou fã de Ronettes e Martha Reeves & the vandellas. Adoro elas de paixão!!! hehe... Foram os Girls Groups que trouxeram pra música pop nomes como Diana Ross (que veio das Supremes), a belíssima e saudosa Ronnie Spector (que veio das Ronettes), e Mary Weiss (que veio das Shangri-Las). Bom, vou parar de lorotar aqui, para irmos direto ao que interessa...

Elas surgiram num contexto onde o rock n' roll se encontrava em decadencia. Era uma época onde Elvis se convertia, Buddy Holly morria, Jerry Lee Lewis escandalizava a sociedade americana casando com uma menina de 13 anos... Era hora de jogar um novo lance no show business. Eis então o surgimento das Girls Groups, que teve a sua "Golden Era" entre 1959 e 1965. Alguns deles foram tão famosos e importantes pra música pop que suas canções permanecem atuais até hoje. Clássicos como 'Leader Of The Pack' (The Sangri-Las), 'He Did It' (The Ronettes) são verdadeiras pérolas da música pop que não se perderam no tempo. Foram gravadas por bandas como Who, Beattles e Animals, e até hoje servem de influência pra inúmeras bandas... Acobertadas por produtores como George "Shadow" Morton e Phil Spector, não podia ser diferente: essas meninas, recém-saídas da adolescencia, começaram, muito bem instruídas pelas grandes gravadoras, a bombardear as paradas de sucesso com hits e mais hits. Em matéria de money, o resultado foi excelente na época! Os Girls Groups eram valiosíssimos, rediam milhões de dólares aos cofres das grandes gravadoras, (É, elas foram sim produto das grandes gravadoras) mas não teriam tido vida própria se realmente não tivesse sido assim. O fato é que a música pop em geral deve e muito a essas meninas. "(...) o pop de orquestrações wagnerianas de Phil Spector levou The Crystals, The Ronettes, Arlene Smith e Darlene Love às paradas". Fonte: Coquetel Molotov

Encarnando uma sensualidade atada ao mesmo tempo a um ar de inocência, os Girls Groups encantavam o novos consumidores de coca-cola, ou seja, aquela geração de adolescentes que surgiam no contexto pós-Segunda Guerra. E realmente direcionadas a esse tipo de público, essas meninas ilustravam um novo de tipo de relação que surgia entre garotos e garotas. Elas tinham a cara da new generation, da geração 60's. Musicalmente falando, as baladas eram 'ornamentadas' minuncia e cuidadosamente com grandes arranjos e harmonias, valorizando elementos da música negra como o blues e soul, algo de R&B, alternados com elementos da música gospel (É isso sim! Música gospel...). Do meio para o final da década de 60, esses grupos já foram entrando em um certo colapso. Hoje, pode-se dizer que praticamente todos esses Girls Groups de grande sucesso da década de 60 não resistiram ao vai-e-vem das ondas da indústria musical, mas que estão aí até hoje soando com atualidade e perpetuando aquela áurea dos sixties de uma forma que só elas sabiam fazer, trazendo sempre que ouvidas, toda]o o espírito de uma época que levou sim para o rock dos dias de hoje elementos que ninguem pode negar e que com certeza não é o tempo que vai fazer morrer!


The Ronettes






















Então, inauguramos nossa 'série' sobre girls groups com as glamourosas Ronettes, essas moças que vinheram de Nova York, no ano de 1959, e viraram as meninas dos olhos do então grande produtor musical da época Phill Spector. Elas eram simplesmente as duas irmãs Veronica Bennett (Sim, ela mesma, a nossa lindissima Ronnie Spector) e Estelle Bennett and Nedra Talley. Muito bem munidas de grandes hits pela gravadora de Phill, a Philles, as Ronettes simplesmente metralharam as paradas de sucesso da época com coisas como "Be My Baby" e "Baby, I Love You". A banda ainda chegou a durar até 1966. Veronica casou-se com Phill, o que de certa forma não foi muito bom para a carreira da banda e nem da própria Ronnie. As rendas já não eram as mesmas como aconteceu com praticamente todos os girls groups da época, e então as Ronettes foram se aproximando do fim. Não sei das outras, maaaas, como muitos sabem, Ronnie seguiu carreira solo e continuou sendo cultuadíssima por ninguem menos do que nomes como Mick Jagger, Joey Ramone e Billy Joel. As Ronettes são um dos meus girls groups preferidos, amo de coração, e não conseguiria deixar de colocar elas aqui. São simplesmente as vozes de canções belíssimas, que só quem é capaz de entender o espírito pop adolescente dos 60's vai poder entender do que falo. Quem não conheçe, e viaja naquelas baladinhas doces da década de 60, naquele suinguezinho balançante que só os girls groups souberam fazer, baixe The Ronettes nooooow!!!!!






Então é isso...

KissCallMe

"Take me to Heaven or To Hell... But take me to some place..."



Rock On, Baby!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Riot Grrrl Part.3: Bulimia, Kaos Klitoriano, Dominatrix

Agora, e pra encerrar, um pouco sobre as bandas riot grrrl aqui no Brasil. Eu só pus aqui 3 delas, coloquei as que julguei mais importantes, mas logicamente que existem/existiram muitas outras... Então lá vai...


Bulimia




É com grande prazer que posto aqui o Bulimia, que foi um dos maiores ícones do Riot Grrrl aqui no Brasil. Banda esta, tão importante que algumas de suas músicas, como por exemplo "Punk Rock (não é só pro seu namorado)", se tornaram clássicos do punk rock no Brasil. Essas meninas eram de Brasília, e a idéia da banda surgiu em meados de 1998 com Bianca (guitarra) e Berila (bateria). Elas tiveram a idéia de formar uma banda feminina, e assim chamaram Sílvia (baixo) e Iéri pra completar o grupo. Depois de um tempo, Silvia foi substituída por Naiana.

O nome Bulimia foi escolhido justamente para demonstrar toda o sentimento de insatisfação que as meninas tinham em relação à realidade das mulheres na sociedade. "...Este foi o nome escolhido para a banda. O nome de uma doença que atinge tantas mulheres, obcecadas por um padrão de beleza ditado pela mídia, não podia ser melhor para uma banda, que luta justamente contra a cultura machista e patriarcal de nossa sociedade, que trata as mulheres como simples objeto, que deve seguir um padrão estereotipado de beleza para serem aceitas. Foi com essa idéia que Bianca escreveu o que mais tarde acabaria virando o hino da banda, uma música sobre mulheres que deixam de fazer o que querem por achar que é coisa de homem, a clássica "punk rock não é só pro seu namorado." Fonte: Protons

A banda durou até 2001, e durante a "espera do lançamento" do único cd da banda intitulado "Se julgar incapaz foi o maior erro que cometeu", que contém 15 das 16 músicas que a banda compõs ao longo de sua carreira, surge a noticia de um acidente envolvendo Berila e seu namorado, o que acabou resultando na morte da mesma. A banda resolve acabar nessa época, e o cd só é lançado depois mesmo da banda ter chegado ao fim. Mas serviu como um registro completo da banda ao longo de sua curta carreira.


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Kaos Klitoriano




"O “Kaos” começou junto com o movimento na década 90, e estavam praticamente sozinhas na cena brasiliense, pois não existia outras bandas no movimento de punk/hc. Lançaram um split em 2000 numa coletânea. Em uma entrevista dirigida por Amarildo da zine Osubversivo, a Adriana (que hoje em dia toca na banda, Terror Revolucionário, Besthoven e está com outro projeto vindo por ai) diz que, antes de ser uma banda, é uma idealização de um sonho antigo de grandes amigas, de realizar um projeto feito apenas por mulheres tocando HC e podendo expor assuntos sobre feminismo. O nome “Kaos Klitoriano” significa a humilhação da mulher, a invisibilidade, inferioridade, a violência, objeto de procriação, “é o Kaos” da existência da mulher dentro da historia. E ‘clitóris’ é uma palavra forte ligada às mulheres. Seus ‘riffs’ são rápidos assim como um verdadeiro HC tem que ser, seu vocal cantado e gritado alguma vezes, acabam ficando bem acidas com suas letras que falam sobre aborto, política, amor livre e derivados.

A banda, pelo que entendemos parou/terminou, mais no coração da molecada que tem aquela música na cabeça que chega a se tornar vicio (“Kaos kaos kaos, klitoriariano.. é o kaaaaooos KLI-TO-RI-A-NO!”), ainda tem esperanças da banda voltar a ativa.

Sem mesmo fazer muita divulgação da banda, elas conseguiram ganhar um grande espaço nesse meio ‘underground’ brasiliense por assim dizer.


Membros: Adriana (Vocal/Baixo)
Ana (Guitarra)
Carla (Bateria)"

*Texto retirado do blog Menstrual Attack







Dominatrix





O Riot Grrrl no Brasil, definitivamente se chama DOMINATRIX. A banda que surgiu em 1995 formada por Elisa Gargiulo e sua irmã Isabella vestindo de corpo e alma a cara do movimento punk feminista. Depois de várias demos, o primeiro disco da banda, Girl Gathering, foi lançado em agosto de 1997, e vendido rapidamente, se esgotando no intervalo de tempo de 6 meses, e saiu pela gravadora Teenage In A Box. Gravaram vários splits com outras bandas conhecidas, e fizeram shows pela Europa e EUA, tocando inclusive em faculdades e lugares clássicos como o Gilman Street, em Berkley, na Califórnia. Entre idas e vindas de integrantes, hoje a formação da banda é Elisa Gargiulo, Debora Biana, Josie Lucas e Debora Lopes. A banda tem mais de 10 anos de carreira, uma eternindade pra uma banda feminina e independente ainda por cima, o que mostra toda a garra das garotas. Além da música, as meninas do Dominatrix, principalmente Elisa, tem um forte envolvimento de cunho político com o movimento feminista, o que leva a banda a se apresentar em inúmeros encontros, inclusive em eventos realizados pela Marcha Mundial de Mulheres.


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Bom, caros druggies... encerro os posts sobre riot grrrl por aqui... Espero que tenha sido pelo menos esclarecedor, no sentido que esse foi meu objetivo, porque ainda hoje, muitas pessoas ainda não conhecem o riot grrrl, e muitas vezes, possuem até uma idéia errada do mesmo. Eu espero que tenham baixado, escutado, e visto a que veio todas essas garotas revoltadas com o machismo e a submissão que nos circula. Então é isso!!!

Riot Not Quit!!! Riots Not Deads!!

Beijumiliguem!!

and...

Rock On, Baby!!!