sábado, 18 de julho de 2009

Girls Groups Part. 5 (Final): The Pipettes


Bom, é verdade que elas tem a maior carinha de menininhas nutridas à base de cereal Kellogs e mingauzinho com farinha láctea, maaas... quem se importa?? The Pipettes foi uma grande surpresa do início dos anos 2000 no que se refere à música retrô. Pop sim! E de qualidade inclusive. O que não acontece com todas as bandas que possuem a mesma proposta. Mas as Pipettes sim, conseguiram! Arrasaram! E trouxeram para nós os melhores ares da décade 60, com hits que são capazes de balançar completamente qualquer festinha à lá sixties.

Vindas de Brighton, Reino Unido, vestidinhas no melhor estilo retrô, com aquelas dançinhas fofinhas, e cantando os hits chicletes mais adoráveis do início do século XXI, elas começaram em 2004, por iniciativa do produtor Monster Bob. Ele recrutou quatro amigas que tinham um gosto musical semelhante, eram elas Gwenno (Gwen), Riot Becki (Becki), Rosay (Rose) e Julia Clark-Lowes (que deixou o grupo ainda no início). A proposta era bem clara: resgatar os girls groups dos anos 60, e tornar a coisa bem com a cara de Phil Spector, se é que vocês me entendem. Em 2005, jogaram no mercado três discos de vinil com a tiragem limitada, que musicalmente falando era, nessa época, algo muito bem proposto mais não muito arrajado. As Pipettes só vinheram mostrar mesmo a que vinheram no lançamento do álbum oficial "We Are The Pipettes". Esse sim, arrasou! Mostrou exatamente, nem mais nem menos, do que as meninas eram realmente capazes. A parte instrumental é executada pela banda conhecida oficialmente como The Cassetes, que não aparecem muito em eventos e fotos promocionais (???).


É, elas realmente soam como um girls group de alto nível. Conseguem unir teoria e prática, e vão além, porquê dão ainda, no meio de tudo isso, um toque de modernidade às músicas. Pra mim, um referencial das Pipettes são as letras, o que já denuncia que elas são bem, digamos, "moderninhas", já que na década de 60 era inimaginável três moçinhas cantando algo como:


"Tie me, tie me, tie me,
To the kitchen sink
Tie me, tie me, tie me,
To the kitchen sink
Tie me, tie me, tie me,
To the kitchen sink"

(Que seria alguma coisa como "Me pegue, me pegue, me pegue, na pia da cozinha"...)


Fora outras coisas, como a letra da música "Because It's No Love", onde elas deixam bem claro pro cara que não está apaixonada, só sente "um feeling" por ele. Outra?? "I Like A Boy In Uniform"... essa deixa subentendido até uma orgia colegial entre meninas... Algo, que nos comportados anos 60, faria muitos pais arracarem os cabelos. Mas o fato é que, as Pipettes são diretíssimas. Nada!! Nada de namoradinho na calçada de casa, ou no banquinho de uma praça... o lance delas é tesão! E isso faz sim, todo o diferencial, porque mostra ousadia, e algo de atitude. Esperar pelo cara? "No, no. Eu tomo a iniciativa!". A idéia é mais ou menos essa.


A parte instrumental é simplesmente bela, os Cassetes sabem muito bem o que fazem, e a harmonia é algo que chega a emocionar, transformando os vocais e os instrumentos num casamento bem perfeitinho. Trata-se de música despretenciosa, mas de um pop perfeito... Futuras pérolas da música pop, eu diria, onde você percebe toda a forte influência de coisas como Beach Boys e de Pop Art. O hit "Pull Shapes", que evoca todo o espírito dos anos 60 de forma belíssima, alcançou os primeiros lugares nas paradas européias durante semanas, o que é realmente de surpreender não ter chegado por aqui.

Fiquei procurando notícias atuais sobre a banda, e o que consegui ficar sabendo foi que as três integrantes já se afastaram por questões de brigas internas. Vinheram outras, que pelo que eu li também já se afastaram. Mas não consegui descobrir mais nada muito além disso. Não vi nada a respeito de ter acabado, mas também nada a respeito de estarem na ativa, ou seja, a banda está parada, desde o lançamento desse primeiro álbum. Maaaaas, antes que elas caiam no velho e bom esquecimento típico do show business, façam um favor a si mesmos, caros drugies, baixem Pipettes agora. E guardem para a posteridade, porque, não tenham dúvida nenhuma, elas vão virar cult!





Beijumiliguem...


Rock On, Baby!!!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Girls Groups Part. 4: The Supremes

Formado em 1959, as Supremes eram realmente "as filhas prediletas" da Motown. Por trás dessas moças estava nada mais nada menos que a principal equipe criativa da gravadora, Holland-Dozier-Holland. Oscilando entre vários estilos como o soul, o pop, o rock e até mesmo algo de psicodelia, as Supremes acabaram inspirando o caminho de inúmeros artistas da época. Ouso até dizer que trata-se do mais famoso girl group de todos os tempos.

Bom, as Supremes tiveram uma história interessante (tanto que acabou rendendo o musical Dreamgirls). Tudo começou com as Primettes (o primeiro nome do grupo) e sua formação era Mary Wilson, Barbara Martin, Florence Ballard e Diana Ross. Nessa época, a voz de Florence era o grande atrativo do grupo. Não sei exatamente em qual ano elas passaram a se chamar Supremes, mas Barbara se afastou. E o trio ficou então com Diana, Florence e Mary.

E assim foi até o ano de 1967. Florence ainda era a voz principal das Supremes, mas, segundo os produtores, ela não possuia algo considerado indispensável em matéria de girls groups: seu tipo físico não atraía o público masculino. Foi aí que Diana passou a ser a voz principal. É importante frizar que ela (Diana) tinha um relacionamento com Berry Gordy, que era, digamos assim, o "pica grossa" da Motown, o que logicamente foi de grande conveniência para a escolha de Diana como principal vocalista do grupo, que passou-se então a se chamar Diana Ross & The Supremes, logicamente que, bem na cara lavada, já preparando Diana para uma futura carreira sólo. Pouco tempo depois Florence foi colocada pra fora do grupo, e em seu lugar entra Cindy Birdsong. É aí que vem a parte trágica da coisa: ela (Florence) virou alcoólatra, e, com depressão, morreu aos 32 anos de idade, dizem que por desgosto do que lhe ocorreu. Ela ficou inconformada.

Por terem sido de grande sucesso, o musical da Broadway que contava a história do grupo acabou virando, em 2006, um filme que também levou o nome de Dreamgirls (Já li por aí que o filme não é totalmente fiel a realidade, mas pra quem se interessa pelo grupo talvez seja uma boa pedida assistir...). Os Beatles eram fãs delas, os Rolling Stones também, e realmente, as Supremes podiam até não trazer muita inovação no que se refere a Girls Groups porque temos que levar em conta também os requisitos exigidos pelo público da época, e elas tinham que caminhar nessa linha. Mas o fato é que se tratava de música pop de qualidade: eram três garotas esbanjando charme com muito soul, r&b e rock n' roll, ou seja, boa música, algo de nível, o que com certeza não se compara nem de longe a esse monte de bosta que chamam de girls groups hoje em dia (vide Spice Girls e coisas afins... ECAAAA!!!).

Diana saiu do grupo em 1977 rumo à carreira solo, dando seu lugar nas Supremes para Jean Terrell. E Mary Wilson ainda hoje se apresenta como Mary Wilson of The Supremes.

Em fim... Baixem The Supremes, e sintam com os próprios ouvidos toda a magia empolgante dessas moças que fizeram a galera dos sixties balançar o esqueleto. The Supremes é algo primordial. Très chic!!




Beijomiliguem...
Rock On, Baby!!!

sábado, 4 de julho de 2009

Girls Groups Part.3: The Shangri-Las

Aqui vem outro nome de peso no que se refere aos girls groups. The Shangri-las foi formado por quatro meninas: duas irmãs gêmeas chamadas Marie e Margie, e outras duas irmãs (não gêmeas) chamadas Betty e Mary. Elas, descobertas num bairro chamado Queens em Manhattan, foram “instruídas” por um grande produtor na época chamado George Morton, e, como não podia deixar de ser, emplacaram logo no primeiro trabalho lançado. As Shangri-las foram simplesmente um sucesso, e algumas de suas músicas, pode-se dizer, se tornaram ‘clássicos’ como por exemplo ‘Leader of the Pack’, que acabou sendo um dos hits mais marcantes dos sixties.


A grande marca das Shangri-Las era o melodrama, característica a priori de suas músicas, onde o amor encotrava grande embasamento na tragédia. É o caso da já citada "Leader Of The Pack" onde o "broto" morre num acidente de moto. Histórias de amor mal acabadas, relacionamentos proibidos, lágrimas de tristeza, e todas as características de uma novela amorosa trágica eram os elementos essenciais nas canções dessas moças.

No começo, quando o grupo foi formado em 1963, Mary Weiss era a voz principal, deixando os backings com sua irmã Elizabeth 'Betty' Weiss e as gêmeas. O ínicio foi feito com apresentações modestas nas escolas e pequenas casas de shows de Nova York, até conseguirem chamar a atenção de Artie Ripp, o grande responsável pela contratação das meninas pela gravadora Kama Sutra. A primeira gravação do grupo data de 1963, com a canção "Simon Says". O primeiro compacto intitulado foi "Remember", um sucesso absoluto! O nome Shangri-Las, copiado de um restaurante que existia no Queens, só veio depois do contrato com a gravadora, até então elas se apresentavam sem nome. Elas tocavam juntos com outros girls groups como Beatle-ettes (Morro de vontade de conseguir essa banda... =\) e Bon Bons, porém com as Shangri-Las foi diferente. Elas realmente despontaram e o sucesso foi estrondoso.


No ano de 1964, a gravadora já era outra: a Red Bird Recs. O contrato foi assinado pelos pais das meninas pelo fato das mesmas ainda serem de menor idade. Mary tinha 15 anos, Betty tinha 17, e as irmãs Ganser tinham 16. Aqui entrava em cena o grande produtor da época George "Shadow" Morton, incluindo às canções uma orquestração pesada e efeitos sonoros como copos quebrando, motocicletas rangindo. Em 1964, o sucesso já era completo. As Shangri-Las tocaram com Beatles, e com artistas de sucesso da época, como Drifters e James Brown, excursionaram pela Europa, e foram eleitas por uma revista chamada CashBox como o melhor grupo jovem de R&B. Elas ainda chegaram a fazer campanhas publicitárias para os cosméticos da famosa marca Revlon.

Por terem vindo de um bairro modesto de Nova York, as Shangri-Las tinham um comportamento diferente das suas contemporâneas de girls groups. Várias histórias, no mínimo estranhas, das garotas em suas viagens, ajudaram mais ainda na fama delas. Uma dessas histórias foi Mary Weiss ter sido pega com uma arma de fogo em sua bolsa num aeroporto, que segundo ela era por uma questão de segurança, pois tinham tentado arrombar seu quarto num hotel. Bom, o fato é que essas 'fofocas' atenuavam uma áurea meio "Bad Girl" às meninas. Sendo veredito ou não, a mídia adoooora essas histórias, é verdade ou não??

The Shangri-Las continuou tendo grande êxito nos EUA por um bom tempo. "Especializadas" em temas como alienação, solidão, abandono e morte, seus grandes hits eram "Give Him a Great Big Kiss", "Out in the Streets", "Give Us Your Blessings", "I Can Never Go Home Anymore", "Long Live Our Love", "He Cried", e por aí vai... Uma das mais interessantes delas, na minha opinião é "I Can Never Go Home Anymore", que trata da história de uma garota que deixa a casa dos pais por causa do namorado. Nas melodias açucaradas dos girls groups tudo deveria daria certo, mas com as Shangri-Las não. A coisa não era bem assim. A garota deixa a casa dos pais apaixonada pelo "broto", mas dá tudo errado. Só que o orgulho dessa garota impede ela de voltar pra casa. É ou não é algo no mínimo peculiar quando se trata de plenos anos 60 numa sociedade altamente tradicional como era a americana?... Foram coisinhas como essa que fizeram das Shangri-Las algo além de um simples e "apenas mais um" girls group a vender pop music.

Bom, o grupo foi parando suas atividades por volta de 1968. A história do fim dos girls groups são sempre muito parecidas: entra em decadência, não vende mais como antes, a gravadora se desinteressa, ocorre desentendimentos entre artista e gravadora, entre os membros do grupo, e coisas afins. Com as Shangri-Las foi mais ou menos isso. Elas ainda gravaram algumas coisas por volta dos anos 80, chegaram a se apresentar no CBGB's, mas nada como antes. Essa parte é sem novidades...





Caros drugies, em fim... Baixem Shangri-Las sem medo de ser feliz!!!

Beijomiliguem...

&...


Rock On, Baby!!!




"Eu sou o coração apertado de Joe."